Trabalhando
interdisciplinaridade com o vídeo"Ilha das Flores"
Trabalhando
interdisciplinaridade com o vídeo “Ilha das Flores”
É possível e
oportuno para a Geografia realizar no contexto da escola, trabalho interdisciplinar,
particularmente com discussão sobre o vídeo “Ilha das flores”.
Com Química e Biologia, pode-se trabalhar
conjuntamente sobre a questão do lixo urbano e os problemas de saúde
decorrentes da falta de saneamento básico. Com História,
Sociologia e Filosofia (nas escolas onde as
duas últimas são contempladas), é possível uma discussão sobre trabalho,
mercadoria, alienação, classes sociais, propriedade privada, etc. A forma de
construção do vídeo (montagem), valendo-se de diversos recursos da linguagem
cinematográfica: colagem de fotos, recortes de jornais, desenhos, figuras,
gráficos, cenas filmadas e o conteúdo (narrativa) podem ser explorados pela
área de Códigos e linguagem, suscitando um trabalho fecundo. Lembramos que o
vídeo traz a música O Guarani, de Carlos Gomes, e um texto de Cecília Meireles
sobre liberdade, extraído de Romanceiro da
Inconfidência.
Fontes
de pesquisa: Vídeo: “Ilha das Flores”
Ficha técnica:Brasil: 1989
Direção/Roteiro: Jorge Furtado
Narração: Paulo José
Fotografia: Roberto Henkin e
Sérgio Arnon
Música: Geraldo Fach
Montagem: Giba Assis Brasil
Produção: Casa do Cinema de Porto Alegre
Duração: 12 minutos
Premiação: Urso de Prata, Berlim: prêmio de melhor curta, Festival
de Gramado.
Roteiro
de observação/problemáticas
1- Estabelecer ligação entre o Sr. Suzuki, o supermercado e a família de dona Anete. Sugestão: Mostrar que tudo se encontra interligado, embora estejam sendo produzidos e circulando em espaços diferentes e distantes.
2- Dentro do processo produtivo apresentado
pelo filme, o “tomate” assume papel de alimento ou de mercadoria? Justificar. Sugestão: No modo de
produção capitalista o alimento torna-se também mercadoria e só pode ser
adquirido mediante a compra ou, então, nas condições em que se encontram os
seres humanos da Ilha das Flores.
3- A cena apresentada onde o homem consome os
produtos recusados pelos porcos pode ser considerada como uma situação
(fenômeno social) de racionalidade ou de irracionalidade? Justificar Sugestão: Discutir que a
aparente irracionalidade dos atos mostrados é fruto das relações racionais
estabelecidas pela lógica da sociedade na qual se encontram inseridas.
4- No percurso realizado pelo tomate, desde o
lixo até o consumo dos porcos, é possível identificar a busca pelo lucro? Justificar. Sugestão: Perceber que os
produtos considerados como lixo podem estar sendo utilizados como fonte de
renda ou mesmo proporcionando lucros. O lixeiro, ao recolher o lixo, já
vislumbrou a possibilidade de obter um ganho extra, caso encontrasse ali
material orgânico para ser vendido ao criador de porcos. O criador de porcos,
ao comprar o lixo, adquiriu alimentos baratos para seus porcos, reduzindo
despesas com a intenção de aumentar os lucros quando os animais forem vendidos.
5- Por que e para que produzimos?Sugestão: Discutir a idéia de que, se o objetivo da
produção de riquezas fosse apenas voltado para as necessidades das pessoas,
certamente não haveria por que existir a “Ilha das Flores”.
6- “Recordar é viver!”Sugestão: Abordar o motivo que levou o autor a
destacar tal frase. Traçar um paralelo em relação ao consumo de bens
considerados supérfluos.
7- Quais os papéis sociais representados pelos habitantes
da Ilha das Flores, pelo Sr. Suzuki e a família de dona Anete?Sugestão: Mostrar os diferentes papéis desempenhados
por cada membro da sociedade dentro do processo produtivo.
Nota:*Adaptado
de MORANDI, Sonia. Espaço e Técnica. São Paulo, CEETEPS/COPIDART, 2001
Obs:
Vídeo abaixo Ilha das Flores.