Déficit de Atenção não
é bicho de sete cabeças - Revista Guia Ensino Fundamental
Conheça
alguns sinais do problema e saiba como proceder sem deixar que ele atrapalhe o
desenvolvimento da turma. Agitação durante a aula, falta de atenção, problemas
com o colega, desorganização com o material escolar, tarefas inacabadas. Esses
são alguns sinais de que o aluno pode sofrer de TDAH, o Transtorno do Déficit
de Atenção com Hiperatividade, um transtorno neurobiológico de causa genética
que pode atrapalhar o desempenho escolar dos alunos.
Identificar o
TDAH não é tão simples como parece: algumas crianças manifestam apenas as
características de distração, esquecimento e lentidão, sem demonstrar
hiperatividade", afirma Cacilda Amorim, psicóloga, psicoterapeuta
comportamental e diretora do IPDA, Instituto Paulista de Déficit de Atenção.
Ela alerta que essas crianças nem sempre chamam a atenção em sala de aula e às
vezes passam despercebidas. "Todas as crianças têm pelo menos algumas
dessas características, especialmente as menores. É preciso tomar cuidado para
não colocar rótulos quando não se trata de um transtorno", diz.
Conheça alguns sinais
do TDAH:
Distração, lentidão, impulsividade,
desorganização, esquecimento, hiperatividade, explosões emocionais. Mas
atenção: não faça nenhum diagnóstico e nem rotule a criança.
O que ele pode causar?
Uma criança com TDAH tem as mesmas
habilidades e competências dos outros alunos. O que o professor deve saber
antes de tudo é que não se trata de uma incapacidade de aprendizagem da
criança, mas sim de um transtorno de atenção, o que faz com que ela não tenha
um comportamento coerente com os outros alunos e tenha dificuldades de
acompanhar o conteúdo ministrado em sala.
Na escola, esse déficit de atenção,
quando age em conjunto com a hiperatividade em algumas crianças, pode
influenciar diretamente a dinâmica das aulas, prejudicando o desempenho de
outros alunos. Nesses casos a criança acaba se tornando um ponto permanente de
dispersão para a classe, além de aumentar a possibilidade de estabelecer um
vínculo negativo com o professor.
Como identificar?
O TDAH pode ser verificado por meio
da observação atenta do comportamento e da dinâmica que as aulas adquirem na
interação com os alunos.
Crianças muito agitadas, que não
concluem as tarefas, frequentemente deixam questões em branco e não estudam com
antecedência podem estar sofrendo com o transtorno. Comportamentos muito
discrepantes para alunos de uma mesma idade podem significar um déficit de
atenção, mas podem também ter outras origens como a dislexia, problemas
emocionais ou déficits na alfabetização. É recomendável ter bastante cautela
antes de estabelecer mudanças em relação a distúrbios causados pelo transtorno.
O que fazer?
Uma vez que haja a suspeita de
sintomas do TDAH e que se verifique uma interferência no desempenho escolar
causado pelo transtorno, o professor deve em primeiro lugar recorrer ao
psicólogo da escola ou coordenador pedagógico. Eles poderão ajudar a decidir a
maneira mais adequada de lidar com a turma.
Em conjunto com a coordenação da
instituição, o professor pode seguir algumas orientações básicas que servirão
para reduzir a influência do TDAH no desempenho do aluno em sala de aula:
★ Localização da carteira na sala: longe da porta e
das janelas e mais próximo do professor. Não precisa ser obrigatoriamente na
primeira fila.
★ Monitore a realização dos trabalhos, atividades e especialmente
agenda: dar tempo extra, copiar a lição na agenda se for o caso e chamar a
atenção em caso de distração são algumas medidas.
★ Reduza a quantidade de tarefas, se necessário, para que ela
consiga realizar: construa uma história de sucesso.
★ Em provas, confira ao recebê-las: cheque se há questões em branco,
mostre o que ela poderia refazer ou tentar melhorar.
★ Valorize os pontos positivos e combine consequências em caso de
não cumprimento.
★ Nunca critique a criança, somente o comportamento indesejado.
★ Valorize o esforço, não os resultados.
Por: Luciano
Vanderley para Revista Guia Prático do Ensino Fundamental
Nenhum comentário:
Postar um comentário